Por Alexandre Santos.
O texto não é um artigo acadêmico
é uma observação pessoal do uso dos jogos que produzi e levei a salas de aula e
eventos diversos.
Durante todo processo de criação
dos 3 jogos que fizemos, nós buscamos testar os projetos com os estudantes e os
professores. Além de avaliar a aceitação dos projetos. Posso dizer no geral que
os três jogos sobre as revolta da Bahia falando sobre cultura e história, de
forma abrangente, foram bem aceitos nas validações (quando vemos se jogo está funcionando
de acordo com o que pensamos durante o planejamento).
No entanto, notamos que os alunos
mais novos do fundamental II a maioria não leem os textos, costumam pular.
Depois de pular os textos perguntam: como faço para responder? Ou onde acho a
resposta? “Está tudo nos diários” ou “você leu os textos” é o que costumo
responder a eles. O interessante é que alguns estudantes saem falando: “eu
zerei o jogo, tá vendo”. Mas ao ser perguntado pelas datas, ou personagens principais,
ou que ocorreu eles não sabem responder,
porque pularam os textos. Com esta informação notamos que deve existir o debate
e o estimo a leitura principalmente com os estudantes mais novos.
Já os estudantes do segundo e
terceiro anos do ensino médio costumam gostar mais dos jogos porque leem os
textos. Alguns querem chegar ao fim do jogo e ver como termina, muitas vezes
não querem parar de jogar quando pedimos. Porém, eles já assimilam os temas e
assuntos sem tanta mediação do professor.
Todas as séries costumam pular as
perguntas do mundo real (elas são tarefas com papel e lápis que fazem o aluno
desenvolver o senso crítico e servem para estimular o debate em sala de aula).
Por conta dos estudantes pularem as tarefas com papel e lápis, nós colocamos a
turma para responder estas tarefas durante o debate que ocorre n fim de
validação ou aplicação do jogo. A pedagoga que participa do projeto sempre
debate comigo se jogo é uma ferramenta, ela acha que é uma experiência, eu acho
que o jogo faz parte de uma experiência pedagógica diferenciada e atrativa, mas
ainda é meio para alcançar um fim. Mas este ponto promove um amplo debate.
Também é necessário explicar aos
estudantes exatamente o que deve ser feito com jogo. E para acompanhar a turma
é importante conhecer as fases, perguntas e saber o que se vai ser explorado no
jogo durante a aula. Já me perguntaram: o jogo é autoexplicativo, se jogar e
ler provavelmente vai aprender, mas tem uma curva de aprendizagem. Também é
importante a mediação do professor o jogo é mais um recurso para ser usado em
sala de aula. Os alunos acostumados a jogar terminam o jogo rápido, mas os que
não costumam jogar precisam de ajuda. Os alunos com mais facilidade para jogar
podem ser minitorres da turma.
No entanto, alguns fatos me
trouxeram questões para pensar. Em um
universo de cerca de 100 estudantes, um grupo pequeno de 4 estudantes do
segundo ano, tentou me desmotivar e provocar. Eles ficavam falando queriam ficar
com os celulares que eram nossos e levamos para validar o jogo. Eles também
ficavam fazendo piadas o tempo todo. Outras duas coisas que ouvi também me
fizeram pensar, mas foram com outros grupos. Nós damos marcadores se livro, que
explicam os projetos e um estudante ao receber disse: “não quero seu brinde. Eu
não gosto de ler e não gosto de livro”.
Em outro momento outro estudante disso: eu ligo para seu jogo eu não gosto de
cultura baiana. Os três fatos me fizeram pensar em como resolver tais questões:
1. Levar equipamento (computadores
e principalmente celulares) para escolas públicas, que não tem laboratórios ou
equipamentos, provocará a pergunta é para sorteio. Em alguns casos os
estudantes ficam vislumbrados com equipamentos, em outros fazem provocação e não querem devolver
os celulares.
Um possível caminho: quando a
escola possui seus próprios equipamentos não se gera esta euforia e possíveis
problemas. Nos casos mais problemáticos de ter que levar os equipamentos (80%) tive
não me intimidar e não entrar na provocação e tentar por limites, mas somos
testados a todo momento.
2, O estudante dizer eu não gosto
de ler. E sair pulando os textos do jogo.
Um possível caminho: A leitura é
ponto chave, para ter acesso à informação e ampliar os horizontes, passamos a
usar o debate focando em mostrar a importância da leitura, também mostrando
lado lúdico e da imaginação e pode ser muito útil para a vida toda.
3. Não gosto da cultura Bahia. Ou
não gosto da história do meu país. Prefiro de outros países, são mais legais.
Um possível caminho: esta
resposta me fez ver que muitos não sabem sua própria história, não sabem como
se formou o nosso presente. Passamos a usar problemas sociais atuais e mostrar as
origens históricas ligadas às revoltas, desigualdades sociais, buscando
ilustrar a importância de conhecer a história. Além de da cultura e legados
populares.
Você já teve algum problema
similar em sala de aula? Como resolveu?
Gostaria de ou ouvir.
Até próximo texto!
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